Programação infanto-juvenil, em forma de novelas ou seriados, existe desde o início da televisão. Naqueles primeiros anos, destacavam-se as adaptações de clássicos da literatura infantil. Só o Sítio do Picapau Amarelo, de Monteiro Lobato, teve três versões para a TV entre as décadas de 50 e 60 (pela Tupi, Cultura e Bandeirantes). A primeira novela infantil a ter uma grande repercussão foi A Pequena Órfã, apresentada pela TV Excelsior entre 1968 e 1969, estrelada por Dionísio Azevedo e a menina Patrícia Aires (filha do ator Percy Aires).


Ivani Ribeiro escreveu outras novelas com apelo infantil. Camomila e Bem-Me-Quer (Tupi, 1972) contava a história do menino carente e adorável que conquista o coração de um velho rabugento e avarento (Haroldo Botta e Gianfrancesco Guarnieri na novela). Ivani recontou a mesma história na Globo, em 1984: Amor com Amor se Paga, com Oberdan Jr. e Ary Fontoura. A Barba Azul (Tupi, 1974) apresentava um grupo de crianças às voltas com o Clube dos Curumins. Esta novela gerou um remake na Globo, em 1985, A Gata Comeu, hoje cultuada pelos telespectadores que eram crianças na época.
A Barba Azul revelou outro ator-mirim que se destacou na Tupi nos anos 70: o ruivinho sardento Douglas Mazzola, que já havia atuado em O Meu Pé de Laranja Lima, e foi visto ainda, entre outras, em O Velho o Menino e o Burro e Éramos Seis. Em 1975, O Velho, o Menino e o Burro abriu uma nova faixa de novelas na Tupi, às 18 horas, dedicada à criançada. Seguiu com Papai Coração, uma adaptação de texto mexicano, estrelada pela então menina Narjara Turetta. Papai Coração contava a história de uma garotinha que conversava com o espírito da mãe falecida. Essa trama voltaria à TV brasileira em versões latinas apresentadas pelo SBT: Chispita e Luz Clarita.
Em 1977, Walter Negrão e Chico de Assis assinaram uma versão moderna para um clássico infantil: Cinderela 77 trazia os cantores Ronnie Von e Vanusa como o casal romântico desta novela que subvertia o folhetim e tinha total liberdade de criação. Vale destacar também outra adaptação de clássico infantil apresentada nos anos 70: O Príncipe e o Mendigo (Record, 1972), escrita por Marcos Rey a partir do famoso livro de Mark Twain, com os então adolescentes Kadu Moliterno e Nádia Lippi nos papéis centrais.
A Globo também embarcou nessa de atrações que chamassem a atenção da garotada. A novela O Primeiro Amor, de 1972, já lançava moda entre as crianças na abertura, com várias bicicletas Caloi se cruzando, num dos primeiros casos de merchandising em novelas. Os personagens Shazan e Xerife (Paulo José e Flávio Migliaccio) fizeram tanto sucesso que ganharam um seriado próprio: Shazan, Xerife e Cia. Outras novelas da época também tinham nas crianças o público alvo: Meu Pedacinho de Chão, A Patota e Bicho do Mato, precursoras do horário das 18 horas para novelas na Globo.
Nos anos 70, a Globo já vinha de uma parceria com a TV Educativa na produção do infantil Vila Sésamo. Em 1975, as duas emissoras lançaram uma versão de Pluft, o Fantasminha, de Maria Clara Machado, e, no ano seguinte, iniciaram a produção do Sítio do Picapau Amarelo, que se tornou a mais famosa das adaptações da obra de Monteiro Lobato - durou de 1977 a 1986 e marcou a infância de muita gente. A primeira Narizinho era a então menina Rosana Garcia, que já atuavam em novelas na Globo desde o início da década de 70.

O SBT apresentou várias novelas infantis importadas, mas nenhuma causou tanto furor quanto a mexicana Carrossel, em 1991. A Professora Helena (Gabriela Rivero) e seus alunos marcaram a TV brasileira e as crianças da época. Entre 1997 e 2001, o SBT levou ao ar a novela infantil Chiquititas, criada por Cris Morena, em uma co-produção com a emissora argentina Telefé. Uma febre entre as crianças em seus primeiros anos, a novelinha foi gravada na Argentina e terminou em sua quarta fase no Brasil. Em seu elenco infantil, estavam Fernanda Souza, Débora Falabella, Carla Diaz, Bruno Gagliasso, Jonatas Faro, Stephany Brito, entre outras crianças. Em 2005 e 2006, a Band levou ao ar outra adaptação da argentina Cris Morena com apelo infantil: Floribella.

Alguns atores que cresceram na TV diante de nossos olhos: as irmãs Rosana e Isabela Garcia, Glória Pires, Fábio Mássimo, Haroldo Botta, Douglas Mazzola, Narjara Turetta, Monique Cury, Isabela Bicalho, Oberdan Júnior, Matheus Carrieri, os irmãos Danton e Selton Mello, Jonas Torres, Caio Junqueira, Jonathan Nogueira, João Rebello, Natália Lage, Déborah Secco, Fernanda Rodrigues, Tatianne Fontinhas Goulart, Eduardo Caldas, Patrick de Oliveira, Caio Blat, Wagner Santisteban, Cecília Dassi, Fernanda Souza, os irmãos Stephany e Kayky Brito, Isabelle Drumond, Bruna Marquezine, Carolina Oliveira, Marina Ruy Barbosa, e outros.
De tudo que foi citado, o que mais me remete à infância é a versão 1977 do Sítio do Picapau Amarelo. Lembranças incríveis de Emília, Pedrinho, Narizinho, Dona Benta. O episódio que mais me marcou foi o do Minotauro. Adorava brincar de labirinto na garagem do prédio, entre as colunas haha. Não posso esquecer a Cuca, que eu adorava!
ResponderExcluirDe todas citadas,a que mais me marcou foi Floribella. Talvez por quê era novinho na epóca. Bons tempos em que as emissoras investiam no público infantil.
ResponderExcluirTudo bem Nilson? Das tramas citadas, curti mais Chiquititas, (onde conheci o talentoso Bruno Gagliasso)e Era uma vez. Mas também um pouco de Carrossel e espero que essa versão do SBT traga de volta toda aquela magia voltada às crianças.
ResponderExcluirUmmmm
ResponderExcluirTexto oportuno! Esse Nilson não da uma fora!
As novelas que marcaram minha infância foram Vamp e Carrossel.
Vamp foi a primeira novela que vi, a grande responsável por essa minha paixão pela teledramaturgia. Carrossel me fez chorar muito! hahahahha
Bons tempos!
Fábio
www.ocabidefala.com
A que eu mais lembro é CARROSSEL, e que mais gostei tb. Me lembra tanta coisa...
ResponderExcluir@juniorr_freitas
Muito bom o post. Só uma observação. Na novela A Barba-Azul, o clubinho infantil não se chamava "Clube dos Curumins" (esse termo foi adotado no remake da Globo). Na novela da Tupi, eles se chamavam "Os Cebolinhas"
ResponderExcluirO remake da novela Papai coração, não foi Chispita e nem Liz Clarita. Foi Carinha de Anjo com a Daniela Aedo como a Dulce Maria. E Foi um suscesso no SBT.
ResponderExcluirVivendo para recordar.
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